Falta de fertilizantes: produtor brasileiro precisa pensar em alternativas 

Conflito entre Rússia e Ucrânia segue preocupando diversos setores

01/04/2022 às 17:04 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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Os conflitos envolvendo Rússia e Ucrânia - que dura 37 dias - causa preocupação em diversos setores, em especial as questões humanitárias e a economia mundial. No Brasil, especialistas indicam a possibilidade do desabastecimento de alguns produtos, além da falta de insumos utilizados na produção agrícola, como os fertilizantes. 

O Brasil é o 4º maior consumidor global de fertilizantes, responsável por 8% do total e é o maior importador mundial, com 39,2 milhões de toneladas, equivalente a US$ 14 milhões, de acordo com a Cogo Inteligência em Agronegócio. 

Segundo um levantamento da empresa, as altas nos preços globais deste produto já estavam ocorrendo mesmo antes do conflito na Ucrânia, em virtude do aumento na cotação do gás natural. 

Em 2021 a Rússia foi o maior exportador do produto para o Brasil, com 23% do total, seguido por China (14%) e Marrocos (11%). Autoridades brasileiras buscam alternativas para evitar um desabastecimento de fertilizantes.

Uma pesquisa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater/ MG), os produtores rurais inclusive aumentaram a procura por biofertilizantes e práticas agroecológicas, com o objetivo de suprir a demanda. 

A ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participou no dia 24 de março, de uma audiência no Senado, para tratar sobre os impactos do conflito na Rússia, para o agronegócio brasileiro. 

"Até o momento, o Brasil tem recebido fertilizantes. Nós temos monitorado e acompanhado todos os dias, por meio do ministério, os navios que saem e chegam ao Brasil com esses produtos, o que é fundamental, uma vez que nossa safra começa daqui quatro meses e estaremos com a nossa 'janela' de plantio acontecendo", destacou.

Para Carlos Cogo, da Cogo Inteligência de Mercado, o cenário atual é inusitado. 

“Mesmo com um eventual fim do conflito Rússia – Ucrânia, essa situação de risco de escassez de fertilizantes não será contornada no curto prazo. Tudo isso nos leva a crer que, diante da impossibilidade de nosso país se tornar autossuficiente no suprimento de fertilizantes e, também, de defensivos, no médio e até no longo prazo, está mais do que na hora a necessidade de buscarmos alternativas a essa dependência externa. E a principal alternativa é o fomento e expansão da produção interna de fertilizantes e defensivos biológicos”, destaca. 

Uma das alternativas para suprir a falta de fertilizantes é o planejamento, é o que indicado o produtor e engenheiro Agrônomo, José Bento Cavalcante. 

“Esse ano deu certo porque nós já tínhamos nos programado. Compramos junto com produtores da região um volume grande e acabamos conseguindo condições comerciais melhores, tanto no preço, como no prazo”, destaca.

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